Angry Birds

Verdadeira pérola dos jogos casuais, "Angry Birds" é um dos passatempos mais divertidos da AppStore. A premissa é a mais simples possível: você deve arremessar diversos tipos de pássaros, cada um com uma habilidade diferente, de forma a derrubar as estruturas do inimigo e matar os porcos que roubaram seus ovos. Parece meio bobo, mas é muito viciante.


O gráfico é em estilo cartoon, e lembra muitos dos jogos em flash encontrados na internet, o que não é nenhum problema devido ao modelo de partidas ligeiras. O som depois de um tempo fica um pouco chato, com o barulho repetitivo dos pássaros, mas é para isso que serve a chave "silencioso" do iPhone.


A jogabilidade é competente, até mesmo porque é muito ingênua e exige o mínimo do hardware - é só puxar o pássaro no estilingue e soltar. A cada nova fase, surgem novas construções e novos tipos de aves para atirar nelas, dando versatilidade e tornando as partidas pouco repetitivas. Usando uma certa dose de estratégia, o jogador deve escolher o melhor lugar para acertar de forma a desestabilizar a estrutura e causar a maior destruição possível usando o menor número de projéteis. Para passar de fase é só matar todos os porcos, mas quanto mais pontos fizer, mais estrelas ganhará como troféu (a gradação vai de uma a três), o que dá um excelente replay value. Para os mais competitivos, a necessidade de obter as três estrelas torna-se uma verdadeira obsessão.


Através da integração com a rede Crystal, o seu placar é armazenado num ranking mundial, e pode ser conferido na tela inicial do game. Em updates recentes, foram adicionados novos episódios e a Clickgamer, produtora do jogo, promete continuar com as novidades.

Street Fighter IV

Isso mesmo. "Street Fighter IV" para iPhone. A conversão de uma das melhores franquias de jogos de luta para a plataforma portátil da Apple é mais uma prova da influência que o MobileOS vêm alcançando no mundo dos games.

Trata-se de uma "versão de bolso" -literalmente- do jogo lançado para consoles de mesa no fim do ano passado, e traz oito personagens (até o momento não soube de nenhum secreto) jogáveis, quase todos velhos conhecidos dos jogadores veteranos: Ken, Ryu, Guile, Chun-Li, Dhalsim, Blanka, M. Bison (do clássico "Street Fighter II"), além de um novo, Abel. Estes personagens se enfrentam em vários cenários diferentes, usando seus próprios golpes especiais e combos com o único e nobre objetivo de enfiar a porrada.


Graficamente, à primeira vista, parece um jogo bem cuidado, embora o estilo "falso 3D" dos personagens lembre muito o velho "Donkey Kong Country" para SNES e os efeitos de luz pareçam meio esquisitos. Juntando tudo, e entendendo as limitações de hardware do iPhone, classifico a adaptação visual da Capcom como "aceitável". Eu teria preferido optar pelo 2D no estilo antigo, mas é compreensível a necessidade de manter um padrão entre as versões para outros videogames. A interface (menus e botões), apesar de funcional, é um pouco feia e não combina muito com o visual do restante (principalmente a tipografia).


Em termos de jogabilidade, minhas primeiras impressões foram boas, mas não ótimas. Alguns golpes demoram um pouco mais para sair mesmo para alguém acostumado ao controle touchscreen, mas nada que algum treino não compense. Os golpes especiais são aqueles que fizeram a fama da franquia, como os famosos hadoken, shoryuken e tatsumaki senpukyaku (também conhecido como tragape-trape-truguer); uma decisão acertada foi manter os comandos clássicos que todo mundo já tem petrificado na memória, facilitando a adaptação.

Como um cara nostálgico, senti falta de algumas músicas consagradas, mas o som do jogo lembra muito uma mistura de várias gerações de SF. De forma geral, minha principal crítica é à dificuldade. Desde a primeira vez que joguei, cheguei ao fim sem nenhum obstáculo memorável, deixando transparecer que o foco sempre foi o "versus mode", onde você enfrenta outro jogador. Como só possui suporte a partidas multiplayer por bluetooth, é um pouco frustrante para quem, como eu, não conhece ninguém próximo que tenha um iPhone. Permitir as lutas através de servidores online seria um alento para quem espera se divertir por mais tempo.


Em resumo, Street Fighter IV é um jogo que vale a compra, e serve para matar a saudade da porradaria gratuita de antigamente, mas poderia ser muito melhor. Torço para que atualizações futuras incluam novas funcionalidades, até mesmo como forma de justificar o preço de $9.99.

Eliminate Pro

"Eliminate Pro" (ou Plus, ou Amplifier, ou como quer que se chame agora) é um dos meus maiores vícios em termos de iPhone. Em linhas gerais é um FPS multiplayer online, mais ou menos como Counter-Strike, com diferença apenas no pano de fundo.


Aqui você é empregado de uma indústria bélica e sua função é testar os produtos enfrentando outros funcionários em uma das onze (até o momento) arenas. À medida que derrota oponentes você ganha créditos que podem ser usados na compra ou aperfeiçoamento de armas e armaduras. E esse é um dos grandes diferenciais do jogo.

Com base no modelo "freemium" (onde jogos de qualidade premium são distribuídos de graça, vendendo complementos separadamente), neste game sua armadura funciona com uma espécie de energia, que se esgota em aproximadamente três ou quatro partidas e é recarregada de duas em duas horas. Uma vez que a energia de seu traje acaba, só restam três alternativas: continuar jogando (mas sem receber os créditos pelos inimigos derrubados), comprar mais energia através do próprio aplicativo (usando dinheiro de verdade) ou então esperar o período de recarga de duas horas.

Com relação ao jogo em si, posso dizer que vale o download. Apesar de gratuito o game é bem feito e proporciona bons períodos de diversão online (é necessária conexão com a internet todo o tempo, por wi-fi ou 3G). Os gráficos são simples, competentes, cumprindo bem a função, e os cenários tem diferenças suficientes para garantir diversidade nas competições. Em certos momentos é complicado distinguir os adversários uns dos outros, mas isso aconteceria em uma batalha real também, então não pode ser considerado um defeito.

O som é um pouco repetitivo, mas não chega a incomodar. Um dos poucos pontos negativos que encontrei (além da frustração quando acaba a energia da armadura) é o controle de tiro, acionado por um toque na tela. Nas configurações você encontrará uma opção chamada "auto-fire", que aciona sua arma sempre que um inimigo atravessar sua mira. Use-a, pois é inviável andar, mirar e atirar ao mesmo tempo e no meio da perseguição é improvável que acerte alguém sem esse recurso.


Os controles (à exceção do tiro) são responsivos e ágeis, onde você se move utilizando um direcional no lado esquerdo e olha ao redor passando o dedo sobre a tela. Acima à direita temos o botão de recarregar/trocar a arma e ocultos no topo e na parte inferior temos o botão menu e o comando de pulo, respectivamente.


Existem à disposição do jogador uma grande variedade de armaduras e armas (a serem compradas com os crédito obtidos), geralmente com possibilidade de upgrade, ou ainda os protótipos de teste, normalmente mais baratos mas que só duram poucas partidas. É possível também customizar seu traje com adereços referentes a temas ou cores de países.

Upgrades no aplicativo são comuns e geralmente dizem respeito a novas armas, cenários, ou mesmo mudanças sugeridas pelos usuários através de fóruns na internet.


Os modos de jogo são três: o multiplayer com adversários aleatórios, a disputa entre amigos ou o modo de treinamento com bots (mal) controlados pelo computador (este último modo é o único que não exige conexão com a internet). O mais cativante é definitivamente o combate com oponentes desconhecidos, e é este que eu freqüento. Para o que é proposto, considero uma das melhores escolhas como passatempo para quem tem iPhone e possui um plano de dados 3G. Se você for competitivo, então, vai ficar ansioso entre cada recarga da armadura.

Uma dica importante é que antes de torrar seu dinheiro na compra de energia é sempre bom consultar as "promoções" disponibilizadas pela ngmoco:) (fabricante do jogo), onde geralmente são concedidas algumas células de energia (e às vezes até créditos extras) em troca do download de algum outro programa gratuito da empresa.

P.S.: A ngmoco:) já prometeu um update especial que acrescentará o modo cooperativo, onde os jogadores unidos enfrentam robôs controlados pelo computador. Atualmente este modelo está em fase de testes e deverá ser lançado em breve.

Hero of Sparta

Para inaugurar resolvi falar de um dos clássicos da AppStore, o jogo "Hero of Sparta". Lançado em junho de 2008, foi um dos primeiros exemplos do real potencial do iPhone e se trata de um jogo de ação que acompanha a trajetória do rei espartano Argos por vários recantos mitológicos matando tudo que encontra pela frente. Apontado por muitos (com razão) por ser um verdadeiro clone de "God of War", atualmente é o jogo que mais se aproxima da franquia exclusiva da Sony; eu particularmente acho ótimo, por saber que provavelmente nunca veremos Kratos no iPhone.

Mesmo com os novos lançamentos para a família touch atingindo patamares impressionantes em termos gráficos, a aventura do incansável Argos não deixa nenhuma má impressão no jogador, muito pelo contrário. Os cenários, quase sempre amplos, tem cores vivas, variadas e vários efeitos de iluminação que ajudam na imersão. As fases são desenhadas com muito cuidado para não parecerem repetitivas, e interagem com o personagem parecendo mais vivas dentro da história.


O mesmo não se pode dizer, infelizmente, dos inimigos. Uma das grandes falhas, na minha opinião, é a pouca diversidade de monstros que você enfrenta. O sistema de jogo adota algumas estratégias para versatilizar a ação, principalmente com o uso dos focused kills, que são seqüências de comandos que, acionadas no momento certo, levam Argos a assassinar de forma coreografada as criaturas. Se você já jogou "God of War" sabe do que eu estou falando. Entretanto, mesmo os focused kills se tornam maçantes com o tempo, principalmente devido à outra pequena inconveniência: eles sempre são executados com a espada, não importa qual das cinco armas disponíveis você esteja portando no instante da batalha.

As armas, que você vai adquirindo no decorrer da história, são o ponto que para mim trouxe o maior replay value (como se costuma chamar a vontade de jogar novamente). Isso porque todas elas tem características especiais e golpes diferentes, podendo ser aperfeiçoadas utilizando os pontos de experiência coletados ao matar inimigos. Embora nem todas sejam muito úteis, a maioria é bem divertida, estimulando o jogador a continuar repetindo as fases para ganhar experiência e melhorá-las.

Os controles respondem de forma competente, um pouco "travados" se comparados à games mais novos, mas que não incomodam e de forma alguma comprometem a jogabilidade. Utilizam o esquema já tradicional para a plataforma: botão direcional (stick) do lado esquerdo e botões de ação no lado direito, acima ficando os comandos de pausa, menu e troca de armas.


Com relação à dificuldade, como grande parte dos jogos da Gameloft (uma das mais bem-sucedidas produtoras de games da AppStore), "Hero of Sparta" é relativamente fácil, bastando apenas um pouco de paciência para terminá-lo. Como prêmio por completar a história é dada a opção de jogar novamente em um modo (um pouco) mais difícil, mas aproveitando todos os incrementos do personagem obtidos na primeira partida.

Se você gosta de jogos do tipo hack'n slash, beat'em up, ou apenas gosta de uma boa carnificina virtual, "Hero of Sparta" é uma excelente opção.

Apresentação

Tenho um iPhone e sou consumidor compulsivo da AppStore, sempre de olho nas novidades (ou não) que aparecem por lá. E já que nenhum dos meus amigos tem o o mesmo apreço que eu pelo assunto, resolvi criar este espaço para expor minhas impressões sobre os aplicativos e jogos que vou testando.

Um dado importante a se dizer é que tudo aqui veio da minha cabeça e qualquer um é livre para discordar nos comentários. Gostaria muito de saber o que os outros usuários pensam dos programas que falarei, e quero que você, leitor, me ajude nessa.

Vou estar esperando.